domingo, 14 de dezembro de 2008

Memória ao Conservatório Real

Antes da representação da peça "Frei Luís de Sousa" em 1848, Almeida Garrett fez a leitura deste texto onde apresenta as ideias gerais da peça. Este acontecimento teve lugar no Conservatório Real em Lisboa, ao qual ofereceu a obra reconhecendo, assim a utilidade daquela instituição em relação à literatura.
O enredo, que não segue cronologicamente os factos, inspirado na vida do escritor seiscentista Frei Luís de Sousa contém toda a simplicidade de uma fábula trágica, mas que o autor considera como um drama, uma vez que não foi escrito em verso como as tragédias clássicas. As personagens da obra são comparadas a personagens mitológicas evidenciando, no entanto, a sua superioridade: "Os remorsos de Édipo não são para comparar aos esquisitos tormentos de coração e de espírito que aqui padece o cavalheiro pundonoroso...".
São evidentes marcas do romantismo como a religiosidade e a morte.
Os acontecimentos progridem dramaticamente até atingirem o sofrimento e a catástrofe provocando no público a piedade e o terror.
Garrett refere como fontes de possível influência na obra, uma representação de teatro ambulante a que assistiu na Póvoa de Varzim e Memória do Sr. Bispo de Viseu, D. Francisco Alexandre Lobo.
Garrett fala no século democrático em que vivem, onde tudo o que se faz deve ser pelo povo e com o povo, porque o povo quer verdade.
Por fim despede-se para a dura, porém útil realidade da vida
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