sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Resumo do livro "Boneca de Luxo" de Truman Capote

A história de Holly Golightly, uma jovem provinciana do Texas, que parte para Nova Iorque à procura de luxo e de luxúria, é-nos narrada por um escritor amador seu amigo, “Fred” (Holly chamava-lhe assim por lhe fazer lembrar o seu irmão Fred), quando este tem conhecimento através do amigo comum Joe Bell, dono do bar que costumavam frequentar, de que Holly poderia estar em África. Depois de alguns anos sem saber notícias dela, “Fred” é desperto pelas memórias de Holly.

As vidas de “Fred” e Holly cruzam-se na altura em que são vizinhos, num prédio nos East Seventies, Nova Iorque.

Holly “com um rosto para lá da infância, mas para cá de pertencer a uma mulher feita”, tinha na altura 19 anos e o seu sonho era casar com alguém que a tornasse rica e famosa, enquanto ia levando uma vida boémia, rodeada de homens que a sustentavam, alguns seus amantes, vivendo no entanto sem grande luxo na companhia dum gato. Se por um lado procura uma vida mundana que a faz deslumbrar com uma ida ao Tiffany´s (salão fino de Manhattan), onde cura as doenças da alma que a torturam, “não há nada de realmente terrível que nos possa acontecer ali, com aqueles homens de fatos janotas e o cheiro fantástico da prata e das carteiras de crocodilo”, por outro lado não resiste a cantar e tocar viola quando a nostalgia do campo aparece.

Foi numa noite fria de Setembro que os dois se aproximam, quando Holly entra no quarto de “Fred” pela janela, para fugir ao “mais horrível dos homens” que se encontra em sua casa. Nessa noite “Fred” lê-lhe uma história que escrevera, e Holly conta-lhe que é paga para visitar um velhote na prisão, chamado Sally Tomato, por quem se afeiçoou e de quem traz mensagens para o advogado.

A partir daí a amizade entre eles cresce, e “Fred” conhece alguns dos homens que a cortejam como O. J. Berman e Rusty Trawler, este último acaba por casar com Mag Wildwood, com quem Holly tinha dividido o apartamento. Depois deste episódio Holly engravida do brasileiro José Ybarra-Jaegar (ex noivo de Mag), que promete casar com ela e levá-la para o Brasil.

A amizade e empatia que sentiam um pelo outro ia crescendo. Passavam muito tempo juntos, falavam da infância um do outro. Festejaram um Natal juntos, em casa de Holly, onde havia uma árvore enorme decorada com balões que esta tinha roubado, “Fred” ofereceu-lhe uma medalha de S. Cristóvão comprada no Tiffany´s e Holly presenteou-o com uma gaiola que tinham visto num antiquário.

Um dia “Fred” é abordado por um homem que julga ser o pai de Holly, mas fica atónito quando ele lhe diz que é seu marido e que veio do Texas à sua procura. Doc Golightly conta a “Fred” que ela tinha catorze anos quando casaram em 1938, depois de lhe ter dado guarida a ela e ao irmão, quando eles apareceram em sua casa, esfomeados. Holly tinha prometido que tomava conta dele e dos seus filhos, mas passado tempo fugiu deixando-os a todos com o coração destroçado.

Doc encontra-se com Holly, mas esta convence-o a voltar para casa sem ela. “Não podemos confiar o coração a um animal selvagem…”, foi aí que Doc errou ao confiar nela que era como um animal selvagem, com um grande coração. “… preferia ter cancro a um coração falso”, disse um dia.

Mais tarde Doc informa Holly que o seu irmão Fred tinha morrido na Guerra, deixando-a devastada com a notícia, ao ponto de ser socorrida por um médico devido a um ataque de fúria. Durante uns meses Holly refugiou-se em casa, tendo sido nessa altura que José Ybarra-Jaegar se muda para casa dela. No entanto não perdera o interesse pela vida e parecia mais feliz do que nunca. Quando Ybarra se ausentava, Holly e “Fred” passavam muitas tardes juntas, caminhando por Chinatown, contemplando os barcos na Ponte de Brooklyn, não era preciso falar muito, porque tinham uma tal empatia, que muitas vezes um silêncio afectuoso dizia mais que mil palavras.

Um dia, quando Holly está em casa de “Fred” a cuidar dele depois duma aparatosa queda de cavalo, são surpreendidos pela polícia que leva Holly para a esquadra.

A sua foto aparece então nas primeiras páginas dos jornais: “Círculo da droga a nu, jovem acompanhante presa”. Holly tinha sido presa por alegadamente estar envolvida num negócio internacional de contrabando de droga relacionado com Sally Tomato. “Fred” entra em contacto com O. J. Berman para que este lhe arranje um advogado, que a consegue libertar.

Mais tarde quando “Fred” a visita no hospital, onde ela se encontra por ter sofrido um aborto, entrega-lhe uma carta de José Ybarra-Jaegar a acabar com o namoro e a despedir-se. Mas, Holly não desanima e diz a “Fred” que se vai embora para o Brasil, aproveitando a reserva de avião feito por Ybarra. “Fred” tenta em vão demovê-la, mas ela não desiste até porque tem a consciência tranquila em relação ao seu envolvimento com Tomato.

Depois de “Fred” se ter encarregue de ir a casa dela buscar as suas coisas e o gato, despedem-se no bar de Joe Bell.

A imprensa noticia tanto o seu desaparecimento como mais tarde a sua presença no Rio de Janeiro. O assunto acaba por cair no esquecimento, uma vez que não foi recambiada pelas autoridades e só voltou a ser recordado quando Sally Tomato morreu.

Muito mais tarde “Fred” recebe um postal de Holly: “O Brasil foi um horror mas Buenos Aires é do melhor que há. Não é bem o Tiffany´s mas quase…” e que lhe mandaria a morada definitiva assim que encontrasse casa, mantida por um homem casado com sete filhos.

Mas a morada nunca chegou para tristeza de “Fred” que tinha algumas histórias para lhe contar, a principal é que tinha mantido a promessa de encontrar o gato que ela abandonara e a quem nunca tinha dado nome, “Mas eu não tenho qualquer direito de lhe pôr um nome: vai ter de esperar até pertencer a alguém. Nós apenas nos encontrámos um belo dia à beira-rio, não pertencemos um ao outro; ele e eu somos independentes”.

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